A dor de cabeça, apesar de ser uma condição neurológica comum e causa frequente de busca por atendimento neurológico, apresenta diversas classificações e diferentes tipos de causas. Entender as características da sua dor de cabeça é essencial para o seu médico classificar sua dor de forma precisa!
Um dos fatores que mais impactam no tratamento da dor de cabeça e ou dor facial é o diagnóstico errado de qual é a doença específica causadora da dor.
O diário da dor de cabeça é uma forma simples entender a dor de cabeça e individualizar os sintomas de cada paciente. São informações importantes que auxiliam o médico no seu cuidado.
Caso você apresente uma cefaleia crônica anote em um calendário, bloco de notas, ou mesmo em alguma aplicativo para dor de cabeça (disponíveis gratuitamente nas plataformas IOS ou Android) as seguintes informações por 30 dias ou mais:
Como fazer um diário da dor de cabeça?
Nota da dor: 0-10
Dar um nota para dor não é uma tarefa simples, e se trata de uma experiência individual, levando em conta as dores que já sentiu na sua vida e como a dor atual se compara com as demais sentidas.
0: sem dor;
1-3: dor leve;
4-6: dor moderada;
7-10: dor intensa. nota 10 pior dor vivenciada pelo paciente
A intensidade dos sintomas ajudam o médico a definir o grau de incapacidade que sua dor apresenta.
Tempo de duração da crise
Segundos, minutos, dias… vários subtipos de dor de cabeça são classificadas pelo tempo de duração da crise, o tempo é definidor do diagnóstico, o médico precisar ter está informação para tratá-lo de forma correta! Lembre-se sempre que possível tentar contabilizar o tempor da sua crise.
Quantas crises?
É importante saber o número de crises que você teve em um período de tempo. Por exemplo. ”Durante um dia tive 2-100 crises de dor.” Ou se você esta vivendo na mesma crise de dor durante um perído de vários dias.
Localização
Um lado da cabeça, dos dois lados, região da fronte, têmpora, nuca, região periorbital, região facial; Regiões na cabeça e da face onde a dor se propaga. A localização exata da dor auxilia o médico a identificar regiões anatômicas que possam identificar nervos específicos. Seja sempre que possível claro sobre o local onde a dor surge.
Irradiação
A dor vai para outro lugar? A irradiação é o termo médico que determina o caminho da dor: a dor vai para o rosto, para o pescoço, para o ouvido ou fica parada na cabeça; O caminho da dor auxilia o médico a definir alguns subtipos de dores específicas.
Fatores que predispõem as crises- fatores causadores da dor
Uso de bebidas alcoólicas ou chocolates, tabagismo, estresse físico ou emocional, privação do sono, ansiedade, depressão, jejum por longos períodos de tempo, ou alimentação inadequada, mudança de ambiente (locais com altitute diferente do que você está habituado).
Tente, sempre que possível, indentificar fatore que podem predispor ou causar uma crise de dor.
Apresenta Aura – termo médico que identifica o alerta da chegada da crise
Algum sintoma neurológico que vem antes da dor, geralmente as auras mais comuns são as visuais, chamados de escotomas, borramento momentâneo visual.
A aura é um sintoma característico da dor de cabeça tipo enxaqueca!
https://dragianakuhn.com.br/enxaqueca-como-funciona-o-seu-tratamento/
Fatores associados a dor
Sintomas que acompanham a sua crise de dor.
Fotofobia ( aversão a luz), fonofobia ( incômodo com barulho), geralmente presentes na enxaqueca;
Presença de sintomas autonômicos como lacrimejamento, suor na face ou fronte, pálpebra caída, congestão nasal, inchaço na pálpebra, agitação ou inquietação, mudança do tamanho da pupila): pode ser característico das cefaleias trigeminoautonômicas – Cefaleia em Salvas ou tipo clister, hemicrania, SUNA ou SUNCT.
Gatilhos da dor – ”trigger” -se algum estímulo físico causa a crise de dor
Geralmente relacionada as dores faciais, principalmente a neuralgia trigeminal.
Exemplos de gatilhos de dor facial: escovação dentária, toque no rosto, lavar a face, falar, mastigar, se barbear;
Fatores de melhora da dor
Dormir, relatado frequentemente nas crises de enxaqueca;
Uso de indometacina: característico da hemicrania paroxística;
Uso de oxigenioterapia:característico da cefaleia tipo cluster ou em salvas;
Doenças associadas
Existem doenças clínicas que não são de causa neurológica que podem causar dor de cabeça.
Pressão alta não controlada, doenças oftalmológicas não corrigidas devidamente ( avaliação oftalmológica em pacientes com queixas visuais dever ser realizada!), depressão não tratada, ansiedade não tratada, síndrome de burnout (síndrome do esgotamento profissional);
Bruxismo, disfunção da ATM ;
Antecedentes odontológicos
As dores orais podem predispor as dores de cabeça.
A presença de dor no dente antes da dor de cabeça iniciar pode ser um indicativo de uma dor de origem ondontológica;
Dor no dente ao comer alimentos gelados ou quentes e ao mastigar;
O bruxismo (ranger os dentes), dor abrir e fechar a boca, próteses dentárias sem acompanhamento são sinais e sintomas de causas dentárias de dor de cabeça.
Para estes pacientes é fundamental uma avaliação odontológica completa!
A avaliação odontológica, nas dores faciais e orais, é essencial para excluir causas odontológicas de dor!
Hábitos, postura e ergonomia do trabalho
É importante avaliar a postura da cabeça e do pescoço do paciente principalmente a forma como trabalha e se apresenta uma boa qualidade de sono. Má postura ao sentar, má postura ao ficar em frente do computador ou celular. Postura de dormir inadequada, travesseiro baixo ou alto demais são fatores de risco para dor de cabeça e dor na cervical.
Importância do diário da dor de cabeça
Quando apresentamos uma dor crônica e buscamos um tratamento é fundamental que o paciente saiba informações sobre a sua dor, para que o médico consiga definir uma diagnóstico assertivo e também estabelecer um planejamento de tratamento correto. Procure levar seu diário da dor de cabeça na sua primeira consulta e nos retornos com o seu médico. Além de avaliar o tipo da dor, pode também ajudar a avaliar se o tratamento instituído está fazendo efeito.
Saiba o que responder na consulta!!!
Quantas crises apresentou no último mês?
Quantas crises apresentou nos últimos 3 meses?
Quantas crises foram incapacitantes – o impedindo de trabalhar realizar suas atividades diárias, necessidade de ir ao pronto socorro?
Faça uma lista de medicamentos já utilizados, é importante avaliar a resposta a outros tratamentos.
Apresentou melhora com o seu uso?
Algum medicamento causou efeitos colaterais? Quais foram os efeitos indesejados?
Concluindo…
A consulta médica é essencial para entender cada tipo de dor que você apresenta. Não deixe de buscar ajuda especializada e um tratamento individualizado.