A neuromodulação é uma área de tratamento dentro da Neurocirurgia Funcional que atua melhorando a qualidade de vida dos pacientes que apresentam sintomas incapacientes como a dor crônica, os distúrbios de movimento como a lentidão, rigidez e a espasticidade. Além disso também pode atuar no controle da crises de epilepsia.
O que é Neuromodulação?
A neuromodulação consiste na aplicação de uma corrente elétrica, pulso magnético ou um agente farmacológico, para alternar a permeabilidade da membrana neuronal, levando a um aumento ou diminuição do limiar de seus potenciais de ação, restaurando assim o equilíbrio entre os sistemas supressor e facilitador no sistema nervoso central e periférico.
Qual a sua indicação na Neurologia?
O seu uso está consolidado no tratamento da dor crônica de difícil controle, na espasticidade, na epilepsia e nos distúrbios do movimento, para atenuar sintomas motores do Parkinson ( rigidez, lentidão do movimento, tremores) e em algumas doenças que cursam com tremores ou distonia.
Em casos complexos, que não respondem aos tratamentos convecionais, as cirurgias funcionais utilizam alta tecnologia, com dispositivos eletrônicos conectados a geradores de energia, indicados no tratamento da dor, epilepsia, espasticidade, rigidez, tremores e distonia.
Podemos também implantar dispositivos eletrônicos, que podem armazenar medicamentos ou gerar impulsos elétricos, que diminuem a informação dolorosa na região quem apresenta a dor neuropática, de forma contínua e permanente.
As formas de neuroestimulação invasiva disponíveis no Brasil são:
Neuroestimulador cerebral– também conhecido como implante de eletrodo profundo com sistema de neuroestimulação (o DBS);
Neuroestimulador medular– implante de eletrodo medular com sistema de neuroestimulação;
https://dragianakuhn.com.br/estimulador-medular-quando-indicar-esta-terapia/
Neuroestimulador do gânglio da raiz dorsal (o DRG)- eletrodo fica sobre as raízes nervosas específicas que causam a dor;
Estimulador do nervo vago para epilepsia de difícil controle (VNS);
Implante de bomba de infusão de fármacos (reservatórios internos que levam medicamento diretamente no sistema nervoso central no espaço intratecal ou intraventricular)- utilizadas para dor oncológica e para a espasticidade.
https://dragianakuhn.com.br/bomba-de-infusao-de-farmacos/
A estimulação magnética não invasiva , também conhecida como estimulação magnética transcraniana, é realizada com uma bobina que gera um impulso magnético- bloqueando a resposta dolorosa de maneira temporária. No Brasil, seu uso é considerado experimental, não tendo regulamentação do CFM para seu uso terapêutico para dor crônica, e por isso ainda não está no Rol dos procedimentos previstos pelas operadoras de saúde para o tratamento da dor.
Seu uso, regulamentado em 2012, pelo CFM- Conselho Federal de Medicina, órgão que define as práticas médicas no Brasil, está autorizado para a psiquiatria nas depressões uni e bipolar, alucinações auditivas nas esquizofrenias. Além disso, a neurocirurgia pode utilizar está técnica para o planejamento cirúrgico de áreas eloquentes, ou seja,que agregam funções importantes do córtex cerebral, como a fala e a força, em conjunto com sistema de neuronavegação, para prodecimentos de retirada de tumores cerebrais ou malformações arterio-venosas.
https://portal.cfm.org.br/noticias/alucinacoes-auditivas-e-depressoes/