A neuromodulação pode ser definida como uma estimulação, inibição, modificação ou regulação do sistema nervoso central, do sistema nervoso periférico ou do sistema nervoso autonômico por meio da atividade…
A neuromodulação pode ser definida como uma estimulação, inibição, modificação ou regulação do sistema nervoso central, do sistema nervoso periférico ou do sistema nervoso autonômico por meio da atividade terapêutica química ou elétrica.
O estimulador medular é uma forma de neuromodulação elétrica.
A dor neuropática é transmitida dos receptores periféricos, correspondentes ao território doloroso, até os neurônios da medula espinhal, que se conectam com outros neurônios, até levarem a informação dolorosa ao córtex cerebral.
Estas vias de transmissão da dor são fisiológicas, ou seja, são comuns a grande maioria das espécies animais, já que sentir dor é uma forma de nos protegermos de estímulos nocivos. Mas na dor crônica, mesmo após o estímulo causador da dor ter cessado, o cérebro tem a memória, a percepção e a intensidade dolorosa gravada e transmitida de forma exagerada.
Impedir que o estímulo da dor se propague até o sistema nervoso central e seja retransmitido é a forma com que a neuromodulação elétrica atua.
Tentamos ”enganar” o cérebro, por meio da emissão do impulso elétrico, atrapalhando a transmissão da dor crônica e, consequentemente, tentando apagar a memória dolorosa, que está gravada no cérebro, perpetuando sua cronicidade.
A medula espinhal é responsável por transmitir vias motoras e sensitivas, cada região do nosso corpo tem sua representação na medula espinhal.
https://dragianakuhn.com.br/tipos-de-estimulacao-medular/
O estimulador medular, possui duas porções: o eletrodo e o gerador.
O eletrodo é a parte do estimulador que fica diretamente acima da medula espinhal, em uma região chamada espaço peridural, ou seja, acima da membrana que protege a medula. A localização escolhida para o implante deve ser correspondente a localização anatômica da dor do paciente.
O teste do eletrodo medular – auxilia o mapeamento da área dolorosa e avalia se o paciente responde a terapia. Já que algumas dores neuropáticas são mais faceis ou mais dificeis de tratar.
Por exemplo, uma dor ciática e território L5 bilateral vai ter sua localização anatômica e funcional em nível torácico variando da topografia entre T8/T9/T10/ T11 bilateral. Por isso que o mapeamento correto é importante para a terapia funcionar.
https://dragianakuhn.com.br/fase-de-teste-do-eletrodo-medular-para-neuroestimulacao/
O estímulo elétrico precisa de uma fonte de alimentação para acontecer. Por isso que o eletrodo é conectado a uma gerador, assim como os dispositivos utilizados na cardiologia. Claro que são sistemas completamente diferentes da forma de atuação, mas ambos necessitam uma fonte de energia.
Principais indicações de eletrodo medular são as que apresentam maior evidência de controle álgico:
- Dor crônica radicular
- Dor neuropática
- Síndrome pós laminectomia- dor ciática.
- Síndrome de dor complexa regional
- Lesão nervosa periférica (membros superiores ou inferiores)
- Dor visceral
- Dor isquêmica ( angina precordis refratária não cirúrgica)
- Dor por doença vascular periférica isquêmica
- Neuralgia pós-herpética
- Lesão medular com segmento doloroso específico
Técnica do implante do eletrodo medular definitivo
O eletrodo pode ser implantado por meio de uma laminectomia (retirando uma pequena porção do osso da coluna e sendo colocado sobre a membrada da dura-máter (membrana que protege a medula) – com o uso de um eletrodo em placa (que permite uma maior área de modulação).
Mas também pode ser feito com uma agulha (no espaço onde é feita a anestesia peridural) com o uso de um eletrodo percutâneo ou em placa. Estas variações dependem de cada doença, marca utilizada e formação técnica de cada neurocirurgião.
A anestesia geral é preferida para a realização do procedimento. A monitorização neurofisiológica pode ser utilizada para auxiliar na localização das regiões dolorosas, mesmo com o paciente dormindo, com o uso de uma anestesia especial, que não impede as contrações musculares, o neurofisiologista consegue mapear as regiões anatômicas a serem avaliadas.
O gerador é implatado no subcutâneo, abaixo da porção de gordura da pele, com um pequeno corte, próximo a região do eletrodo, geralmente na região posterior do lombar ou abaixo da linha do cinto, na regiao glútea.
A escolha do gerador deve ser feita em conjunto com o paciente, com gerador recarregável ou não recarregável, dependendo do uso da programação e da habilidade do paciente de carregar o aparelho.
Lembrando que o gerador recarregável também tem via útil, a bateria dura mais tempo, sendo mais custo efetivo, mas deve ser trocado aproximadamente a cada 10 anos, ou conforme orientação o fabricante durante as programações pode se estimar o tempo de vida útil da bateria nos modelos recarregaveis ou nos não recarregáveis.