As dores crônicas, diminuem a qualidade de vida, causando grande sofrimento aos pacientes. Uma das queixas mais comuns, no consultório médico, é a dor de cabeça, importante fator para queda do rendimento do trabalho, quando não tratada adequadamente; Além de estar fortemente associada a transtornos psicológicos como depressão e ansiedade;
Mas afinal? Dor de cabeça é tudo igual? A resposta é não!
O que é cefaleia?
São popularmente conhecidas como dores de cabeça, também podem ser chamadas de migrâneas, e precisam ser avaliadas e identificadas corretamente para que o seu tratamento seja efetivo e eficaz sempre que se tornam frequentes. É fundamental que o paciente saiba dizer ao médico as características da sua dor para que o tratamento adequado seja realizado.
As cefaleias primárias, ou seja, as cefaléias que não têm origem relacionada a outras doenças do cérebro, são os tipos mais comuns de dores de cabeça. Podem ser causadas pela enxaqueca, cefaleia tensional ou podem ser classificadas como uma cefaleia trigeminoautonômica.
Endendo a enxaqueca
A enxaqueca é a terceira doença mais frequente no mundo e a sexta causa de morbidade no mundo, causando perda de produtividade e faltas no tratbalho. Além dos seu impactos emocionais e pessoais. A enxaqueca geralmente se inicia na infância, perto do período da puberdade, atinge 7-10% da população. Afeta mais mulheres que homens, é frequente ter familiares com a mesma doença, sendo atualmente considerada uma doença genética.
Uma forma simples, mas muito eficaz do paciente ajudar o seu médico no tratamento da dor é o diário da dor de cabeça. As anotações do paciente sobre a sua dor revelam suas caraterísticas principais e guiam o diagnóstico e tratamento.
Tratamento da enxaqueca
Após de estabelecido o diagnóstico da enxaqueca e excluído outras causas de dor de cabeça passamso para a etapa da escolha do tratamento medicamentoso de cada paciente. Durante o início do tratamento medicamentoso é fundamental que o paciente anote a frequênica de suas crises, para podermos avaliar a intensidade das crises, fatores associados e também para avaliarmos quais medicamentos estão sendo eficazes nas crises de dor. E porque anotar quantas crises é tão importante no tratamento da enxaqueca? O tratamento da enxaqueca varia conforme o número de crises!
Pacientes com crises esporádicas, devem tomar medicamentos apenas para aliviar as crises agudas. Crises leves até 4 crises por mês/ sem prejuízo funcional ou pacientes que tenham crises esporádicas severas até 1 crise por mês.
Porém, pacientes com enxaqueca crônica, que representam 2% dos adultos, apresentam sintomas de dor com as seguintes características, tem indicação para tratamento preventivo: 6 dias de crises por mês; ou 4 crises por mês moderadas; 3 crises com severa incapacidade e que necessite de repouso no leito. Estes casos, devem utilizar terapia medicamentosa diária, para diminuir ou cessar a quantidade de dias por mês que o paciente apresente as crises;
Alguns pacientes, com crises consideradas incapacitantes, em menor número do que apresentado acima, também devem considerar a indicação de terapia preventiva, principalmente, aqueles pacientes que abusam do uso dos medicamentos utilizados para cessar as crises de enxaqueca, usar medicamentos abortivos de crises de enxaqueca mais 8-9 vezes por mês é prejudicial e cronifica a dor de cabeça.
Existem diversas classes de medicamentos que podem ser utilizadas no tratamento da enxaqueca, cabe ao médico, em conjunto com o paciente, escolher a melhor indicação para cada caso. Podem ser anti-hipertensivos, antidepressivos ou anticonvulsivantes, mas todos necessitam acompanhamento médico para sua utilização para monitorizar dose adequada e efeitos colaterais.
Enxaqueca crônica que não melhora como medicamentos o que fazer?
Alguns pacientes não melhoram com medicamentos por via oral ou não toleram seus efeitos colaterais, nas doses adequadas, devem considerar duas outras terapias:
- Aplicação intramuscular de toxina botulínica, na face, cabeça e pescoço, seguindo o protocolo PREEMTP ( que define os pontos e a quantidade de medicamento em cada uma destas regiões), que deve ser repetido a cada 4 meses;
- Terapia com imunobiológico- anticorpo monoclonal humano: três opções estão disponíveis no Brasil- erenumabe, galcanezumab, fremanezumab- qualquer um destes medicamentos é aplicado por injeção subcutânea, e deve ser usado mensalmente;
Enxaqueca e mudanças de estilo de vida
Cabe ao paciente e ao seu médico buscar em conjunto o melhor tratamento, que nem sempre é apenas medicamentoso. Mudanças de hábitos de vida, sejam alimentares ou posturais, higiene do sono, além tratamento multidisciplinar, com acupuntura, psicoterapia são fundamentais para o paciente conseguir atingir o sucesso no seu tratamento.
A Sociedade Brasileira de Cefaleia dentro do seu site, apresenta um link para os pacientes buscarem informações sobre as enxaquecas.As informações são voltadas para os médicos e para os pacientes. Além disso, os pacientes podem baixar um aplicativo que salva as informações sobre a dor de cabeça, o diário da enxaqueca em formato digital.