Tratamento cirúrgico da Hidrocefalia de Pressão Normal

A hidrocefalia é o termo médico para determinar uma alteração da hidrodinâmica cerebral.

O crânio é um compartimento fechado que dependente de uma pressão para o seu equilíbrio. Essa pressão deve estar em harmonia para o bom funcionamento cerebral .

A pressão intracraniana  é regulada pela pressão arterial média do nosso corpo, que determina qual o fluxo sanguineo que será enviado ao cérebro, do volume do cérebro e a quantidade de água que o cérebro apresenta e pela quantidade de líquor que apresenta nos compartimentos cerebrais.

Na hidrocefalia convencional, ou seja,  aquela causada por uma acúmulo de líquor,  a pressão intracraniana está aumentada.

Mas na hidrocefalia de pressão normal, existe um desequilibrio da hidrodinâmica cerebral, que não é relacionado ao aumento de pressão cerebral.

Seu diagnóstico geralmente é realizado pelo neurologista. Além de uma exame de imagem sugestivo o paciente deve apresentar sintomas e uma resposta positiva a retirada de líquor.

A hidrocefalia de pressão normal é um diagnóstico neurológico que pode ser tratado com a cirurgia de derivação ventrículo peritoneal. Os sintomas geralemente se apresentam de forma gradativa.

A  tríade de sintomas da hidrocefalia de pressão normal é:

  • piora da marcha (do caminhar)
  • incontinência urinária sem causa urológica
  • alterações cognitivas (memória)

O diagnóstico da hirocefalia de pressão normal  necessita de exame de imagem compatível com a doença, mostrando uma dilatação do sistema ventricular cerebral (na tomografia de crânio e/ ou na ressonância magnética do encéfalo) e um teste de retirada de líquor por punção lombar+ avaliação neuropsicológica e fisioloterápica  (Tap Test positivo) que após sua realização apresente a melhora de um ou mais sintomas. Estes pacientes podem se beneficiar da cirurgia e devem ser encaminhados para a avaliação do neurocirurgião.

 

Como funciona a cirurgia de Hidrocefalia de Pressão Normal?

 

A cirurgia consiste em desviar o fluxo de líquor, com um cateter cerebral conectado a uma válvula e que é conectado a um cateter peritoneal, e realocar este líquido, para ser absorvido naturalmente no líquido peritoneal (líquido que envolve os órgãos abdominais).

A cirurgia necessita anestesia geral. Geralmente tem uma duração aproximada de 2 horas.

O paciente é posicionado em decúbito dorsal, de barriga para cima, com a cabeça girada para o lado contrário de onde será alocado o cateter ventricular.  É realizada uma tricotomia no cabelo, na região que será realizada a cirurgia.

Na porção craniana podemos realizar dois pontos de entrada : ou na porção frontal ( ponto de Kocher) ou na porção parietal ( ponto de Fraizer), que são pontos craniométricos cerebrais. Pontos de seguros para uma trepanação ( perfuração do osso do crânio com auxilio de uma broca cirúrgica) e implante de cateter cerebral para acesso aos ventriculos cerebrais, local onde encontramos o líquor em quantidade maior no cérebro.

Este cateter cerebral é conectado a uma válvula , que regula a quantidade de liquido que será retirada do cérebro e levada ao peritônio. Elas funcionam por pressão, dependendo da regulagem podem retirar mais ou menos líquido dos ventrículos, a depender da necessidade de cada paciente.

A válvula é conectada a um cateter peritoneal, o trajeto deste dispositivo fica quase que imperceptível visulamente abaixo do subcutaneo e da pele.  É Realizado um pequeno corte no abdome para o implante do cateter peritoneal.

As válvulas atualmente utilizadas para a realização desta cirurgia, são as válvulas programáveis, ou seja, que podem ser ajustadas por uma programadora, externamente, sem a necessidade de realização de uma nova cirurgia para o ajuste.

 

Riscos do procedimento de Derivação Ventrículo Peritoneal

 

Qualquer procedimento cirúrgico apresenta riscos, mas dentro dos procedimentos da Neurocirurgia, este procedimento é considerado de média complexidade.

Os riscos mais temidos do procedimento são infecção do sistema e sangramento cerebral.

Além disso, existem intercorrências relacionadas a adaptação do paciente ao sistema como a hiperdrenagem, que pode ser ajustada com uma adequação da pressão da válvula. E também podemos nos deparar a problemas relacionados a fibrose abdominal, formação de cistos e aderências abdominais em pacientes predispostos.

Mas é um procedimento seguro para ser realizado em qualquer faixa etária da vida do paciente, inclusive é seguro para os idosos, desde que bem indicado.

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Dra. Giana Kühn
A Dra. Giana Flávia Kühn é uma neurocirurgiã especializada em neurocirurgia funcional e tratamento de dores crônicas. Dra. Giana se dedica a oferecer cuidados de alta qualidade utilizando técnicas avançadas e inovadoras. Com um compromisso constante com a atualização e o aprendizado, ela visa proporcionar alívio duradouro e melhorar a qualidade de vida de seus pacientes. Atualmente, atende em São Paulo, onde oferece um atendimento humanizado e personalizado.
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Dra. Giana Kühn
A Dra. Giana Flávia Kühn é uma neurocirurgiã especializada em neurocirurgia funcional e tratamento de dores crônicas. Dra. Giana se dedica a oferecer cuidados de alta qualidade utilizando técnicas avançadas e inovadoras. Com um compromisso constante com a atualização e o aprendizado, ela visa proporcionar alívio duradouro e melhorar a qualidade de vida de seus pacientes. Atualmente, atende em São Paulo, onde oferece um atendimento humanizado e personalizado.

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