Quem tem epilepsia pode ter controle da doença a grande maioria das vezes?
Verdade!
2 a cada 3 pacientes com epilepsia apresentam controle de crises com medicamentos; de 70-80 % das pessoas apresentaram controle da doença ao longo da vida. Apenas 1 a cada 3 pacientes apresentam epilepsia refrataria ou uso de medicamentos anti-crises. De 20-30 % das pessoas não conseguiram apresentar controle da epilepsia ao longo da vida, apresentando epilepsia refrataria.
Todo o abalo muscular involuntário com perda de consciência é epilepsia?
Mito!
Não, existem abalos mioclônicos e posturas tônicas que são consideradas formas de sincopes. Este tipo de sincope também chamada de sincope convulsiva se manifesta por uma hipoxia cortical, ou seja, uma falta momentânea da oxigenação cerebral levando a abalos musculares com posturas tônicas. Podem ocorrer entre 4-40% dos episódios de sincopes.
Existe epilepsia refrataria por falta de aderência ao tratamento medicamentoso?
Verdade!
Sim, existe, cerca de 30-40 % dos pacientes apresentam o não controle da doença devido a má aderência ao tratamento medicamentoso.
Entre os fatores de má-aderência destacam-se:
- não aceitação da doença
- uso de álcool ou privação do sono
- custo alto das medicações
- dificuldades no uso de rotina dos medicamentos
- efeitos colaterais indesejáveis
Existem crises epilépticas de fundo emocional?
Verdade!
Sim existem, as crises não epilépticas psicogênicas são apresentações de crises que não são consideradas crises convulsivas epilépticas. Elas podem se manifestar em pacientes que apresentam epilepsia. É importante considerar os aspectos emocionais relacionados a epilepsia como a depressão por exemplo.
Existe cura para a epilepsia?
Mito!
Não usamos o termo cura para se referir a pacientes com controle da epilepsia, mas o termo correto é epilepsia resolvida! E quando podemos considerar que a Epilepsia está resolvida?
Existem duas possibilidades de a epilepsia ser resolvida:
Por exemplo, se temos o diagnóstico de uma síndrome epiléptica idade dependente, e já estamos ultrapassando a idade limite para a presença de crises convulsivas: ausência da infância.
Ou quando a pessoa não apresentou nenhuma crise convulsiva nos últimos 10 anos, sem tomar medicamentos anticonvulsivantes nos últimos 5 anos.
Note que o termo Epilepsia Resolvida não é mesma coisa que Cura da Epilepsia.
Conceitualmente Epilepsia Resolvida é aquela que a pessoa não apresenta mais epilepsia, mas não existe uma garantia que ela não retornará.
Pessoas com epilepsia podem doar sangue?
Existe um Mito e uma Verdade!
Mito: se estiverem um uso de medicamentos anti-crise de forma contínua e sem controle de crises pessoas com epilepsia não podem doar sangue!
Alguns medicamentos anti-crise podem alterar a coagulação, desta forma, assim como em outras doenças crônicas, pacientes em uso contínuo de anticonvulsivantes não podem realizar doação de sangue.
Verdade: caso pessoas com epilepsia apresentem uma epilepsia resolvida, sem uso de medicamentos e sem crises há 12 meses é seguro realizar a doação de sangue.
Posso dirigir tendo epilepsia?
Neste tema temos mitos e verdades.
Verdade:
Pessoas com epilepsia e com crises controladas com o uso de medicamentos anticrise podem sim dirigir e apresentam um risco muito baixo de ter um acidente de trânsito relacionado a uma crise epiléptica.
Pessoas que não necessitam mais utilizar medicamentos anticrise também podem obter a liberação para dirigir deste que: estejam em acompanhamento neurológico adequado e com a liberação do seu neurologista para dirigir, estejam há pelo menos 2 anos sem crises e sem uso de medicamentos anticrise e não tenham de ter o diagnóstico de epilepsia mioclônica juvenil;
Mas no Brasil deve apresentam a liberação de direção regulamentada pielo Conselho Nacional de Trânsito, e como requisitos básicos devem estar com crises controladas há mais de 1 ano, fazer uso regular de medicamentos anticrise e apresentarem a aprovação do médico assistente.
Mito:
Pessoas sem controle de crises não devem dirigir pois estão se expondo a um risco de ter crises durante o ato de dirigir e expondo a vidas de outras pessoas.
Durante uma crise convulsiva podemos apresentar uma alteração transitória da consciência e das nossas funções motoras. Desta forma pessoas que estejam apresentando crises frequentes, não devem dirigir.
Posso engravidar tendo epilepsia?
Verdade:
É possível engravidar tendo epilepsia, porém toda a mulher em idade fértil mesmo não tendo manifestado o desejo de engravidar ao seu neurologista deve ter orientações básicas sobre o risco aumentado de malformações fetais, o dobro do que a população geral e a necessidade de sua prevenção o a suplementação com o ácido fólico- dose recomendada de 0,4mg a 1 mg ao dia.
Claro que existem medicamento anticrise com maiores riscos de malformações fetais e outros mais seguros. Atenção especial ao valproato de sódio que apresenta um risco estatístico maior de alterações fetais.
Toda a mulher em uso de valproato que deseja engravidar deve realizar a troca por outro fármaco de maneira gradativa, de preferência de 1- 2 anos antes da concepção. Os dois fármacos mais seguros para serem utilizados na gravidez são a lamotrigina e o levetiracetam, conforme demonstram estudos sobre o tema.
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https://youtu.be/UOk_W9JpQ0I?si=xhq7wgMj4rjQfRPK
Referências:
Liga Brasileira de Epilepsia: Epilepsia para não especialistas:
https://epilepsia.org.br/wp-content/uploads/2025/06/LIVRO_EPILEPSIA_PRATICA_2024_CY-1.pdf
